“Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heroica. Sem menina dentro de mim.” (Clarice Lispector)
 


E A MENINA MORREU...
 
 
E a menina morreu...
Morreu porque tinha inocência,
Morreu porque confiou,
Morreu porque acreditou ser amada.
 
E a menina morreu...
Porque descobriu que o mundo
Não era cor de rosa,
Morreu porque perdeu a ilusão,
Morreu porque conheceu a desilusão.
 
E a menina morreu...
Porque conheceu a frieza do ser humano,
Porque não encontrou um abrigo,
Porque ainda era uma simples menina.
 
E a menina morreu...
Porque conheceu a dor,
Porque viu morrer seu sonho de amor,
Porque entendeu que o mundo pode ser cruel.
 
E a menina morreu...
E no lugar da menina,
Uma mulher nasceu...
Dura, silenciosa, forte e heroica,
Mas dentro dela...
A linda menina feneceu.


Ione Rubra Rosa - 27-04-2012
Imagens Google


Nota: Apenas minha releitura do trecho escrito por Clarice Lispector, escritora da qual sou fã e admiradora.
Ione Barbieri (Rubra Rosa)
Enviado por Ione Barbieri (Rubra Rosa) em 27/04/2012
Reeditado em 27/04/2012
Código do texto: T3637318
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