O tempo e as horas
O homem que abraça as horas
Perde-se esquecido do tempo
Mantém o passo da guerra
Na sua faina cotidiana
Matando por dia um leão
Não sabe que o tempo derrama
Para além das 24 horas
Bem depois da confusão.
O girar dessa massa terrestre
Na valsa que faz com o Sol
É artifício que engana
De muito poder realizar
Em tão pouco espaço de horas
O ser que dele sempre se ufana
Não sabe quanto são diferentes
As vozes da matéria e as vozes do espírito
Crava seus dias nos ponteiros do relógio
Não flui nessa relatividade libertadora
É pobre escravo de si mesmo
Que à força necessária de existir
Existe esquecido de viver.