Eu, ópera




Amar com um tamanho que eu não tenho,
é pensar que sou alheio, mas imenso.
Não sou imenso, sou poeta.
Sou eu quem digo...me processem.
Se não cabe no meu peito,
o que em outros peitos mal aparece,
sofro do mal de ser exagerado,
e com a matéria que seu medo esquece,
construo o alvo de todos os olhares,
que invariavelmente se perdem.

E deixei de ser gente, para ser franco.
Deixei de ser esperto, pra amar esse seu pranto.
Cada pele por mim trocada, cada estação,
é que me carrega e vai embora...
fico na carne viva, no rastro da ressonância....
e quando nada mais em meu músculo cardíaco
tiver a mesma importância,
certamente terei morrido,
para retornar à infância.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 25/04/2012
Reeditado em 25/04/2012
Código do texto: T3633544
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