A poesia que não fiz
Há muito ela me espreitava sutilmente
Escondida dentro de um-não-sei-o-quê,
Depois, lentamente se aproximou...
Entre cautelosa e desconfiada,
Como se estivesse me estudando,
Como se não tivesse certeza
De que era eu o poeta a quem ela,
A poesia, queria se entregar.
Sentou-se em minha frente.
Ou dentro do meu sentimento...
... Não sei... e ficou ali
Como se fosse apenas uma ideia,
Ainda sem forma, sem todas as palavras.
Com um olhar distante ou...
Quem sabe... de dúvida
Como se me achasse pequeno
Para sua tamanha beleza.
De repente ela foi embora.
Não era minha a poesia.
A poesia escolhe seu poeta. E eu!
Vou esperar a minha.
Tomara que ela seja bela também.
José João
jjcruzfilho.blogspot.com