Mãe
Mãe, conheci o mundo
em parte
Observei-o e assustei meu olhar
Algo do mundo calou em meu peito
Daí quis ver a arte
Tentando forjar o meu particular
Mãe, estou desolado
Desse lado
Do lado dos absurdos de todo lugar
Vi quadros distorcidos
Artistas mortos em vidros
Olhavam do passado
E falavam ao meu olhar
Algo de tudo criou uma vaga escura
O que se apura?
Será que podem nos salvar?
Quero não as vagas frias
Manhãs sombrias no verão
Dando choques cinzas a nossa própria imensidão
Mãe, contenha-me
Deixa-me por um único instante voltar
Ao teu amado ventre
Que não obstante do porvir
Meus olhos vejam o cinza
Tornar-se alvo no meu coração