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S O N S
 

Esvoaçantes eles passam
rolando, soltos, no espaço
- cachoeira que deságua
em direção do infinito,
gritos loucos, choro rouco...
não sei definir-lhes o sentido.
São nuvens, sim, não são pássaros,
escuras são, não têm brilho,
perturbam o sono dos santos
e os pequenos pirilampos
que se vão em seu rastilho.

Almas tristes em sofrimento,
em gemidos comovidos,
buscam alívio às suas dores,
às cicatrizes, às feridas,
acumuladas por anos
de sofrimento, escondido.
Que possam os anjos ajudá-las,
encher de flores a estrada
qu'inda falta palmilhar
pra que, então, redivivas,
numa alegria incontida
possam sorrir e cantar.