Varonil

O campo de trigo verde

Enrola o campo seco do

lado. Se corrompendo de

claro-escuro, o arcanjo sentido

varonil. Que no tempo que

se fez febre, de alegria morreu

senil.

Indagado onde o sentido estava

Respondeu: “No abismo celeste

do rio”. E passando nas colinas,

Alados, pássaros pretos no escuro

do céu, a vida apertou lhe o peito,

foi quando deitou e morreu.

E um raso caldo profundo

De amorfa lama sobrada

Jorrou-se no mundo, como

Se fosse uma nave atolada

E o jogo insano da força

Se mostrou mais alto

Que a guerra, e jogando

No espaço morto

O mundo afundou-se em lodo

Flores enegreceram

De profundo o seio

Da terra . Gerando

No olho do homem,

Imagem sem contorno

Mas vero.

Jogou-se bravo

pulsado, com o poder

Que lhe sobrou.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 25/04/2012
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