ANJO DESGARRADO
Neste cavalo alado que é a vida
Cavalgo qual uma louca varrida
Sozinha e sem destino.
Peguei meu pegasus, cedo,
No início do caminho
Hoje monto um anjo caído e desgarrado,
Santo demônio a redimir meus pecados
Que já nem sei mais se
Serão ou não perdoados
Só sei que sofro a pena dos desenganos
Que neste mundo de meu Deus
Foi-nos legado
Seguindo assim, pisando e sendo pisado,
Rogo ao meu pobre anjo ultrajado
Que me espere na próxima esquina
Mas lá me deparo com um ser vil e nefasto
E é com certa surpresa e desgosto
Que vejo nele o meu rosto.