Monólogo Ilógico

Ah, cale-se!

Não há flauta...

Falta som,

falta cor com vida,

nesta descida infernal.

Dual é o mundo.

Unidade só há além,

manifestação,

só há em dois.

Depois lhe conto isso,

faço outro poema,

invento outro conto...

Agora, vou ao encontro de mim,

então, cale-se!

Não há mais cálice,

nem vinho,

nem som ou cor.

Sou silêncio,

taça e o vinho que lhe enche,

com amor,

mas nada disso é...

Sempre mente a mente,

quando fala.

Cale-se, mente!

Ahhh, que o silêncio me valha!

Trevas, escuridão, silêncio:

só o infinito me acalma

e me livra de mim.

Que o infinito me livre de mim.

Amém!

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 24/04/2012
Reeditado em 24/04/2012
Código do texto: T3631219