Monólogo Ilógico
Ah, cale-se!
Não há flauta...
Falta som,
falta cor com vida,
nesta descida infernal.
Dual é o mundo.
Unidade só há além,
manifestação,
só há em dois.
Depois lhe conto isso,
faço outro poema,
invento outro conto...
Agora, vou ao encontro de mim,
então, cale-se!
Não há mais cálice,
nem vinho,
nem som ou cor.
Sou silêncio,
taça e o vinho que lhe enche,
com amor,
mas nada disso é...
Sempre mente a mente,
quando fala.
Cale-se, mente!
Ahhh, que o silêncio me valha!
Trevas, escuridão, silêncio:
só o infinito me acalma
e me livra de mim.
Que o infinito me livre de mim.
Amém!