Deixei de Sonhar

O vento crescia de sopro

passava como sonho desperto pela alma.

Caminhava caminhos em passos pesados

cada vez mais lentos e cansados.

Agarrava-me ao pescoço para não escorregar pelas costas

não balançar, tropeçar nas pedras e espinhos.

A estrada a rasgar aumentava

tornava-se sinuosa, cheia de labirintos !

A brisa sem resistência penetrava pura no corpo

com aromas de frescas lembranças

transformando num ardor penoso.

O céu, bem perto da cabeça

firmava-se como um chapéu de sonhos.

As mãos exaustas a procura das abas do céu

das águas descuidadas nas quedas

dos rios a renovar águas

da melodia a embalar o silêncio triste

e a saudade de voltar ao lugar donde sai um dia.

O destino ganhava distancia, corria apressado

não havia mais tempo para sonhar

somente para esperar

o vento também me levar !

29/01/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 30/01/2007
Código do texto: T363102