Deixei de Sonhar
O vento crescia de sopro
passava como sonho desperto pela alma.
Caminhava caminhos em passos pesados
cada vez mais lentos e cansados.
Agarrava-me ao pescoço para não escorregar pelas costas
não balançar, tropeçar nas pedras e espinhos.
A estrada a rasgar aumentava
tornava-se sinuosa, cheia de labirintos !
A brisa sem resistência penetrava pura no corpo
com aromas de frescas lembranças
transformando num ardor penoso.
O céu, bem perto da cabeça
firmava-se como um chapéu de sonhos.
As mãos exaustas a procura das abas do céu
das águas descuidadas nas quedas
dos rios a renovar águas
da melodia a embalar o silêncio triste
e a saudade de voltar ao lugar donde sai um dia.
O destino ganhava distancia, corria apressado
não havia mais tempo para sonhar
somente para esperar
o vento também me levar !
29/01/07