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-a solidão chegou ao poema-

queria ter na língua a palavra
que desferisse em punho
o grito do verso
que alado- secas asas-
trouxesse-te para mim
que sou
folha branca, solitária
ensaios
esvoaçam borboletas azuis
eram monarcas- agora apenas letras raras...

-a solidão chegou ao poema-

soletrada na pele
a solidão comove a aurora
emociona o horizonte
enlaça a dor
traz desejo ao semblante
mas
a vida quer ir embora
ao sul, um norte
ao norte, um sul
-a dor é minha solidão de agora-

fui terra, fui mar
fui sonho
sou dor em flecha
dor única
pessoal e intransferível...

a solidão encontrou o poema
e tornou-se invencível.

Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 24/04/2012
Código do texto: T3630791