GINA
gina no céu
na carruagem de fogo de elias
e elis no espaço sideral
re-ciclando multiversos possíveis
e o impossível é uma abstração
re-buscando a si
dentro do design de um dna solto no mundo
re-tornando indefinidamente
re-gina
re-vivendo o que jamais morre
ou morre todo dia
assim como o que fomos há dez anos está morto
a não ser pelo re-gisto
ah, sim, o re-gistro
o re-vival de nós mesmos
os que cantam seus mortos ao chuveiro
para um ouvinte mais atento
um espírito empenhado em ver o pouco visível:
que os que se foram cedo demais
são os que mais re-tornam
e re-tornam sempre mais vivos
e confundem caretas
e se “os bons morrem jovens”
e se isso “é tão estranho”
não nos cabe julgar estes bons viajantes
pois viajantes não podem responder
às mesmas leis que nós, as árvores
pois não passamos de paisagem para seus olhos infinitos
cássias, renatos, johns, janis
marias e clarisses em "rabos de foguete"
ginas
re-ginas
voltem sempre
pois a casa é sua.