depois de nova iorque

tudo fica com estava

melhor ainda do que já era

os meus olhos cegos estão

diante do clarão que irradia

palavras soturnas e agudas de ilusão

depois de ti

em mim o absoluto de mim mesmo

e nunca mais dúvidas

pálidas de que tudo é

era

ou será

semente ausente

depois de ti

em mim

o luar

o orvalho

o grão

o que tudo era

nunca nutriu em mim nenhuma ilusão

depois de nova iorque

me encharco dos suores do belo

e faço fruição no arco íris

bêbado de brasilidade

ai que saudade de mim

ai que saudade...

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 23/04/2012
Reeditado em 17/05/2021
Código do texto: T3629094
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