Ausência do verbo
Vesti o meu corpo de branco,
Já não era eu mesmo,
apenas um espectro, olhando no espelho!
No viés do quarto, uma mesa
E sobre ela tingia minha caligrafia.
Pensei no futuro, e ele era presente.
A alma clamava pela minha atitude.
Na parede da sala,
coloquei um quadro de vidro,
escorrendo tinta!
Abrindo as cortinas, o vento era frio.
Destilei meu espírito nas areias do tempo,
inspirei, suspirei,
não encontrei as palavras!
Uma doce lembrança,
uma pausa no espaço,
talvez no muro da casa uma placa vazia!
Vesti o meu corpo de cinzas,
já não havia motivo!
Sob a névoa do tédio, haveria saída?
Desci as escadas,
ainda era eu mesmo, pensando,
pulsando, sem rumo!
Ousei encontrar no baú da sacada,
uma forma de ver,
talvez uma idéia.
O sol era alto, e nada eu pensava,
tudo ilusão convertida em luz!