Sopro em rosa

Uma rosa implacável cintila vermelha,

livre e em polvorosa vaga sob o piche

de homens de preto, faróis e concreto.

Rubra como o sinal proibido à travessia

passa arredia, no compasso eletrônico

não avista os lados, passeia sem ver.

Soa a sirene ensandecida e escarnada,

era a rosa estendida no bruto do asfalto,

murchando amassada, ressaca, resseca.

Uma multidão gélida e cinza se aproxima.

Diante de olhos pávidos, agonia escarlate;

marginal e indigente fora a rosa do povo.

Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 23/04/2012
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T3628701
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