TRAVESSIAS - Poema de 1981

A palavra recorta o homem

no espaço do tempo.

O tempo deposita os nomes

e não revela a sua face

- a face do real permanece na sombra.

O homem, contingente de Deus,

nunca se torna o continente.

O nome anoitece o silêncio

o silêncio ofusca o nome.

Cavalgando os nomes e os silêncios

ele vive engolfado no precário

seu único tesouro.