SE NÃO FOR A SANGUE
" SERGUEI IESSÊNIN, POETA RUSSO.
ESCREVEU SEU ULTIMO POEMA COM O PROPRIO SANGUE"
Se não for a sangue,
Não será arte,
Não terá obra...
Virarão as paginas, e só encontrarão,
Ferrugens, tinta, papel...
Só encontrarão palavras,
Montada feita estatua de cemitérios.
Não terá algo que pulsar,
Sangue expostos,
Veia expostas,
Homem exposta...
Não terá alma à aberta,
Um fleche de luz
Que caído do espírito,
Baila como louca...
E tu sentes que teu peito é livre!
Se não for a sangue
Não será arte,
Não terá obra.
Não terás os sentidos,
Entendido o poema!
Não, não terá mesmo.
Terá a consciências, razão, intelecto,
Terá o óbvio...
Um monte de forma e lógicas,
Tudo pra decifrar, revelar o poema.
Terá a gramática!
Terá os graduados...
Um monte de pessoas...
Terá!
Que nunca sangrou no verso!
Que nunca vi a carne dos versos!
Nem sabem que está carne é viva!
Terá...
O que é frio
Se não for a sangue,
Não será arte,
Não terá obra!
Todos entendem o poema...
Até o tolo entende o poema!
Mas, quem sente.
Quem vive...
Que tem em suas mãos,
Dom, entregue por Homero!
Esses se deitam a Serguei Iessiênin...
Não pra morte!
Para arte,
Para obra!
Esses são de sangrar,
Pois, esses entendem as estrelas,
E da lua, já se é amante!
Iessiênin!
Iessiênin!
Teu ultimo Iessiênin,
Pariu mil são Petersburgo!
Pariu um poeta manco!
Libertou mil donzelas,
Varreu uma cal caída sobrem os homens...
E teve o sangue como arte!
Maior das artes!