DÁDIVA
DÁDIVA
Os acordes do tempo estão no violão
Perdido no passado eu fico na canção
Ganhei as asas de um pequeno colibri
Já fui inocente como um índio guarani
Ele me deu asas para voar no vento
Nascido numa gaiola com pai violento
Asas quebradas foram o meu presente
Sobrevivi à maldade da família doente
Hoje com o presente ando pelas sarjetas
Na minha cama já passaram tantas borboletas
Minhas asas é apenas um triste adereço
Por medo tenho apenas um endereço
A maserati é uma velha carruagem
Meu dragão é um cão sem coragem
Meus sonhos foram jogados no chão
A borboleta voo me deixando na solidão
André Zanarella 23-10-2011