Saudades
Sinto saudades de tudo,
Sinto vontade da vida,
Ouço aquela cantiga
A rememorar o futuro.
Sinto saudades do escuro,
Das bocas que não tive,
Dos seios esquifes,
A acalentar meu sussurro.
Sinto saudades das fodas
Das quais nunca gozei,
Em noites febris
Onde não amei.
Sinto saudades das coxas
Destes infernos lascivos
Nos quais não queimei.
Sinto saudades da vida
Dos corpos ardentes
Que nunca beijei.
Sinto saudades das prosas,
Do chacoalhar de línguas,
Que nunca provei.
Sinto saudades dos risos,
Do olhar aprazível
A dimanar
Sua
Luz
!
Rio de Janeiro, 21 de abril de 2012.