Vestida de luz.

E fez-se luz a cor das tuas vestes

Tomando a pele crua em tal textura;

Que além do mal, do bem que não figura;

Enquanto pura é dor venal e agreste.

O fundo escuro, a luz tornou celeste,

Também nos deu a sombra por pintura

E cada ser viveu sem paz nem cura,

Querendo mais morrer da tua peste.

Que o bem querer e tudo mais tocado,

São só prazer e fúria, quão sentidos,

A sombra faz notar o tal pecado

Viver refém, desejo vão, mentido;

A lua vai cruzando lado a lado

E nua veste a cor do teu vestido.