Exangue*

já não há papel ou mar
débil olhar desbotado
não há cor, não há norte
sou apenas um céu de neblinas
as estrelas olvidaram
distanciaram-se sem acordes
e os tons das papoulas dos sonhos
foram-se num bailado
no compasso despojado da morte

exangue
traço a linha colateral
de um poema enlutado

coração riscado
trincado ao meio
sou apenas dança lenta
na alvura do leito
quiçá da tão esperada sorte

serei-sou-metade de um verso
se não tocar-te a face
não esquentar-me a alma
com tua letra firme e forte

exangue...

Karinna*





Karinna
Enviado por Karinna em 20/04/2012
Reeditado em 20/04/2012
Código do texto: T3624237