Angustia dos versos
Angustia dos versos
Não consigo conviver com ingratidão.
Não gosto de pessoas injustas, insensatas e ingratas!
E existem tantas!...Ó! Deus! Tantas...
O que fazer?
Trancar-me de tudo, isolar-me, abster-me?
Impossível!...
Meus olhos clamam por justiça.
Queria conhecer alguém, transparente e verdadeiro.
Mas onde?
Por onde passa essa estrada, que ninguém passa em meu caminho?
Serei eu o incompetente?
O dono das ingratidões?
Perguntas e respostas.
Respostas sem respostas.
À mesa posta, não tenho fome...
É necessário comer...
Repito: É preciso comer...
A fome é um bicho roendo dentro da barriga.
Preciso olhar pela janela para ver se vejo o sol...
Vida dolorida e seus impetuosos tormentos
Escrevendo o avesso do avesso dos versos
E os meus pensamentos são impulsos que não valem nada.
Pareço não estar me importando com nada
E com tudo ao mesmo tempo...
Repito: É preciso comer!...
Viver parece ser uma eternidade.
Danem-se os poderosos e covardes seres humanos
Os donos da verdade do mundo.
Hipócritas! Vil e reles...
Sofro com essa angústia pensante na alma!
Só me acalma traduzindo-me, regurgitando...
Ó dor imensa do mundo que há de produzir lágrimas de fome.
Sou a Pena da Caneta escrevendo a angústia dos versos...
Versos choram!
Versos sangram!
Versos sentem dor!
Versos amam.
Tony Bahia.