Lázaro

eis-me aqui, aos seus pés.

apartado que fui,

já não escondo o disfarce

que rasga meu corpo.

como uma lâmina de aço

suas palavras me cortam,

fazem de mim um traste,

um pobre agonizante.

a terra parece morta,

o chão batido não me cabe,

sou um fardo obeso,

um boi à beira do abismo

sem nada ver, caminho,

são passadas em ruínas,

estradas que levam e trazem

um homem doente - vazio

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 29/01/2007
Código do texto: T362228
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