A NATUREZA DA BESTA

Quem vem em meio à noite densa não pode fazer pedidos

Percebi teu olhar faminto oh criança

Mas aqui tua fome não se sacia

Esqueça das promeças e não busque conforto em antigas propostas

Esta é uma terra que não acolhe cansados peregrinos

Nenhum repouso para você aqui

Nenhuma paz no verde impenetrável desta floresta

Aqui onde crocitam os fervorosos corvos da ganância

Neste lugar onde perambulam desejos terríveis

Há uma ânsia aqui que não pode ser aplacada

Um infatigável querer que estreme se ate meus ossos

Anciões de pele de pergaminho observam, mas não darão respostas.

Esta é a morada das duvidas é aqui que elas florescem

Um cheiro pútrido de terra mofada e folhas úmidas assalta as narinas

Lugar sem lugares

Domínios sem senhores

Tamanho será teu medo aqui criança que você o exalara como um cheiro

Serás caçado

Rastreado

Não busque entender este mau

Ele é o que é

É apenas a natureza crua da besta

Abandona teus valores

Deixa o peso inútil da esperança pra traz

Abra o peito

Derrama tuas lagrimas

Bem vindo à vida que construíste.