RUAS DESCONHECIDAS
GILBERTO BRAZ ALMEIDA
Sempre caminhando pelas mesmas ruas,
nos mesmos portões, nas mesmas varandas,
vejo as mesmas pessoas.
Vejo parcialmente o que fazem
mas, não sei o que pensam.
Quisera libertar-me
deste meu frágil ser,
que é como um crepúsculo colorido,
que logo desaparece
para esnobar a mesma sena
no dia seguinte,
na mesma hora,
no mesmo instante.
Devo,
devo caminhar por outras ruas,
ver o que há de belo e triste noutras ruas.
Pois o mundo não é só a minha rua.