O ANDARILHO

Novos mares e montanhas,
outros rios outra gente...
A saudade batendo forte,
machuca o peito, que sente,
uma vontade de voltar atrás,
e certeza que vai em frente.

A saudade de quem ficou,
e o desejo da luta renhida...
A cabeça querendo sossego,
o coração ansiando por vida,
a vida está nas emoções,
das coisas desconhecidas.

Vicio na busca da felicidade,
que é sempre fragmentada...
O andarilho cata os pedaços,
espalhados na sua estrada,
vai tentando juntar os cacos...
Para por um fim na jornada.

Leva uma mensagem de paz,
que deixa pregada no abrigo...
Se não tem riquezas e glórias,
nunca pensa que é castigo...
Muito mais valioso que o ouro,
é saber que ganhou um amigo.

Ele morre, mas seu filho vai,
a caça ao tesouro continua;
tesouros num fim de arco íris,
ou quem sabe a própria lua...
Que acaba sendo encontrado,
na mesa do bar da primeira rua.

Nem o tempo, nem a distancia,
vão matar a lenda do andarilho,
mesmo se na terra for destruída,
não se apagará o seu brilho...
Ele vai caminhar nas estrelas,
estendendo no cosmo o seu trilho.

Quem fica, são suas raízes.
o andarilho não tem chão...
Ele rola sobre toda a terra,
nas correntes da emoção,
negando o que a mente pede,
e seguindo o seu coração.

Nem a beleza da mulher,
dinheiro, sucesso ou fama,
vão segurar o andarilho...
Sabe que o destino engana,
mesmo assim ele deixa amor,
e leva saudade de quem ama.

Trovador
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 18/04/2012
Reeditado em 09/09/2018
Código do texto: T3620413
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