CARÊNCIA AFETIVA
Muitas vezes a mulher
em louca carência afetiva
se deixa levar por rompantes,
- à procura, -
de um amor que lhe complete
substituindo os vazios
causados pela solidão.
Ai começam os apelos
em forma de poesia
jogados à esmo na net
clamando por um carinho
seja ele de quem for.
Chegam as respostas solenes
de todos os tipos de homens
que ao vê-la dependente,
se oferecem incontinenti
prontos a suprir sua falta
proporcionando afagos,
delicadezas, atenções,
num gesto bem eloquente
tentando se aproveitar.
Surgem de todos os lados,
todos os tipos possíveis...
Homens...
alforriados, casados,
solteiros, separados,
dependentes, parasitas,
neófitos preparados
extorquistas de plantão.
Seres inescrupulosos
que só querem ter vantagens
usando de subterfúgios,
mentiras bem deslavadas,
chantagens emocionais
palavras bem ardilosas
em coloridas nuances
para dela se apossar.
Ela, carente, se entrega
sem nem querer pesquisar...
Aproveitando os momentos
de enlevos virtuais,
oferecidos em alta
de uma forma exuberante
como uma presa enjaulada.
Acaba se apaixonando
por suas conversas fiadas
seus rompantes de paixão
palavras escolhidas a dedo
jogadas ao vento, calculadas...
justo... pelo homem errado.
Em nenhum momento percebe
que em teia gigantesca
está presa, acuada
se tornando marionete
da força de uma paixão.
Sua carência lhe cega
não percebe a falsidade
dos exploradores que existem
por trás de um carinho fingido
sempre alertas, alcoviteiros
massageadores de ego
sanguessugas de emoção.
Neli Neto
26.01.2006
12:27hs - RJ