O RIO

Borbulha

e jorra

deita caminho.

Rasga a terra

abre fendas

alaga

e alarga.

Empurra o ribeirinho.

Medra.

Arrebata, leva junto.

Impetuoso,

quebra

na pedra.

Faz cantata.

Incorpora afluente.

Errabundo

persegue a saga.

Poderoso.

Ora quieto

ora profundo

corre...

e morre

vertido em poema.

Da vida – o rio.

Lina Meirelles

Rio, 17.04.12