MORADA

Ainda esta em pé a velha casa

Teimosa presença que o tempo ainda não derrotou

A porta solida parece ter perdido parte da antiga força

Mas ainda esta La envelhecida, mas presente.

As vidraças devolvem meu olhar sem nenhum encanto

Estão quebradas varias delas

Como olhos vazados e tristes

O gramado é uma selva de daninhas ervas

Imagino que tipos de insetos perambulam por ali

A grande arvore do quintal se curvou exausta

Chega ao fim a sua luta com os anos

Ela que é mais velha que a casa finalmente entregou-se

O portão não abre mais para mim

Não há mais segurança naquele lugar

Seus obscuros segredos e antigas alegrias desvanecem com ela

Ecoando como fantasmas em cômodos sujos

Velhas visões de um passado que não vai voltar

Parado a contemplar a antiga morada sou como um naufrago do tempo

O tempo vai e volta tal qual maré

Ele não para

Que foi feito de você antiga morada?

Ninguém vai me dizer.