escuro
sou eu
quem nasceu pra carregar piano
o garoto incorrigível
o pior dos manos
condenado na maternidade
da cor da maldade
negro feito a borracha
queimada do pneu
feito diferente
da imagem e semelhança
do seu Deus
loirinho e de olhos azuis
uma ferida aberta
infeccionada cheia de pus
andando para traz
longe da luz