Eis que me disponho tristemente entediada...
Eis que me disponho tristemente entediada
como se mais nada me trouxesse de volta em sonho
Eis que me afinco sem dores mortais
como se jamais pudesse rir do que já não sinto
Parto a meia noite sem lágrimas e sem sorrisos
queimando falsos paraísos em meu seio
Parto como se já não me faltasse enleio
que me fizesse transmigrar por uma estrada perdida
como se apenas a despedida me pudesse curar
Eis que me proponho enclausurada a uma velha fachada
de dores e desatinos em sorrisos clandestinos
que disparam disparates ao luar
Sinto a sombra da vaidade a mirar
minha face assombrada no vitral
Tento me disfarçar de menina malvada
como se pudesse esconder o mal de mim mesma
Já não posso ser assim
à meio começo da metade do fim
Já não me admito mais
sinto-me rival até mesmo de mim
e me desenrolo em desavir.