Indignos
Indignos
O céu de agosto estava lindo.
Era sábado...
Parece que levitei na cama,
Feliz...
Um rápido chuveiro,
Coleiro e cachorro
E estava na rua,
A caminho da praia
E do sol...
Quase não enxergava as pessoas.
Estava todo em mim!
E no sol que não via há muito tempo!
Uma figura magra,
Despertou-me à atenção:
Um professor de inglês
Sempre muito sorridente
Estava agora,
Apático e triste!
Parecia ser portador do vírus HIV.
Pelo que conheço da doença...
Não me faltaram as pernas,
Porque pude caminhar...
Mas me faltou o pulmão
Mal pude respirar!
Passei rente, pela figura trêmula
E parei!
De longe, não conseguia ver direito à pessoa,
Mas um anjo...
Sim, um anjo!...
Cumprimentava os funcionários da confeitaria
Onde comprara doces
E, com um aceno, o porteiro.
Subiu para o seu apartamento
Cúmplice de sua derradeira companhia...
Sentei-me em um banco da praça.
Meus olhos lacrimejavam...
Senti necessidade de conversar com Deus!
Infiltrei-me pela areia
Ajoelhei-me aos pés do mar.
Indignos...
O quanto somos indignos de Ti!...
Aos meus olhos, o mar...
Infinito...o sol...o céu!
O quanto somos indignos!
Não conseguimos perceber a Grandeza da Tua Criação.
Perdoa-nos por não sabermos apreciar
O que nos destes, por Tuas Sábias Mãos.
Perdoa-nos pela infidelidade.
Em nós, Gritas em Grito de Alerta.
E o que somos?
Reles mortais, à mercê do Teu Perdão.
Perdoa-nos!
Perdoa aos fracos que não Criastes,
Mas que se fizeram...
Perdoa-nos, Somos teus Filhos!
Se nos queres perto de Ti,
Que de outra maneira, seja.
Essa é injusta, imoral e covarde...
Nos destes o paraíso e o que fizemos dele?
Pecamos...Pecado...Pecamos!
Tende Piedade de nós
E daqueles que não se deram conta
Do perjúrio e do pecado...
Antes de "amar" uns aos outros, sem pudor,
Que seja sentida a Abençoada
Grandeza da Tua Criação.
Tony Bahia.