ÁGUAS DE MARÇO
ÁGUAS DE MARÇO
Antonieta Lopes
Águas de março que fecham o verão,
Poeta que perscruta a natureza,
Tão verdadeiros seus versinhos são,
Porque às leis de Deus a terra é presa.
Chuva que molha a terra e o coração,
Que o tempo escurece e traz tristeza,
Mas que por ela bosques florirão,
Na vida alegre, pura, camponesa.
Águas de março – súbitas pancadas,
Com raios e trovões e ventania,
Que cessam de chover, de tão cansadas.
Pudesse a angústia te imitar um dia,
Limpasse o peito em rápidas rajadas,
Sujeira nele nunca haveria.