ÁGUAS DE MARÇO

ÁGUAS DE MARÇO

Antonieta Lopes

Águas de março que fecham o verão,

Poeta que perscruta a natureza,

Tão verdadeiros seus versinhos são,

Porque às leis de Deus a terra é presa.

Chuva que molha a terra e o coração,

Que o tempo escurece e traz tristeza,

Mas que por ela bosques florirão,

Na vida alegre, pura, camponesa.

Águas de março – súbitas pancadas,

Com raios e trovões e ventania,

Que cessam de chover, de tão cansadas.

Pudesse a angústia te imitar um dia,

Limpasse o peito em rápidas rajadas,

Sujeira nele nunca haveria.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 16/04/2012
Código do texto: T3615376