Meiga ternura
Ela aparece feito flor da vida,
vem ao meu encontro estendendo as mãos
chorosa de alegria dissolve em afago
quer um abraço, inteira vontade no coração.
Ela escapa do aconchego, resolve partir,
recusa o amor de bom grado retirando as mãos
vacilante em certeza desfaz o abraço
retrai os cabelos e se afasta sem dizer não.
Ela, meiga ternura, já distancia do alcance,
corro os olhos na pintura, em desagrado
finjo relutante não querer seus lábios,
resignado observo os fugidios passos delicados.
Ela, por um instante para repensa, tende voltar,
retorna em minha direção apressada aflita,
vem agora desabalada solta indecisa no olhar.
Abro meus braços, a recebo mesmo que outra vez desista.