multidão

em todo lugar que tu possas olhar

eu lá estou

compacta, ou gorda, se assim me preferes

cheia de braços

muitas pernas

um só olho

quando ando não repares minha sonolencia

é assim mesmo que me querem,

é assim que me faço

á assim que me desfaço em mil passos

para todos os lados

podes me encontrar até no lodo, ou lamaçal

se assim me queres,

sou forte corto cabeças coroadas

fraca que um fraque me seduz, por ele tudo

desapareço nas guerras, a fome minha grande inimiga

gosto do belo, do mentiroso e do puro

sou eu que te como, engulo e vomito

todos os dias

sou eu a multidão

a que pede pão, pedaço de chão

paz,a mais urdida

guerra a mais vaidosa

por um unico homem

sua morte, sua vida

sou um contraste, estorvo, razão do iluminismo

comunismo, socialismo, capitalismo, sou o mais cruel canibalismo

não adianta fingir que foges de mim

não olhar para os lados

pois estais desde os principio dentro de mim

paraense
Enviado por paraense em 28/01/2007
Código do texto: T361396
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.