Soneto I

As lágrimas de sangue insurgirão

(Vidas bastardas de uma semi-vida),

E na pena da face ressequida

Carpem sonhos que se esvaem ao chão.

Meros sonhos, e sonhos sonhos são,

Mas na ígnea queixa à face despedida

Grita triste a essência íntima contida

Que homens não sabem... jamais saberão.

Elegia vazia da existência;

Há um punhal por trás de idealizações,

Vida pulsante bem além da aparência.

Entre maiores, jazem ilusões

E a seca face rubra, em desistência,

Caminha co'os homens, só, entre milhões...

Daniel de Mattos
Enviado por Daniel de Mattos em 14/04/2012
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