Castelo de Areia
O pobre menino vivia na praia
Construindo um castelo de areia
Plantado como uma planta na borda do mar
De cabeça avoada, pensamento longe
Na casa em que sonhava morar
Como é de sua natureza
A maré costumeiramente subia
Suas ondas brancas espulmosas
Arrastavam-se pela praia
E atingiam o castelo de areia
Que no movimento das águas se dissolvia
Mas o garoto não se dava por vencido
Não gostava de desistir
Ele juntava tanta areia quanto podia
Para um novo e maior castelo construir
A maré novamente voltava sorrateira
Lambendo com ondas grandes e pequenas
A beira da praia com gosto de areia
As águas do mar voltavam com força
Galopando com suas formas ondulantes
Atingiam o castelo em cheio mais uma vez
E ele ruía assim como antes
Tomado de empenho e determinação
O menino dava-se o trabalho
De construir mais um castelo
Imaginando a bela casa em que queria morar
Dessa vez queria um grande
Quanto maior fosse
Menos as águas o poderiam derrubar
Para o seu castelo maior
Na praia, para juntar areia
Mais e mais ele cavava
De repente atinge algo duro
Num baú um antigo tesouro
Escondido ali estava
Era tanto ouro, prata e pérolas
Que o menino nem podia acreditar
E pensar que tudo aquilo estava ali
Tão pertinho do seu lar
O tempo passou, o menino cresceu
Hoje, um magnífico palácio se ergue na praia
Com tantas riquezas e belezas quanto se queira
Quem olha maravilhado
Nem imagina que tudo aquilo começou
Com um simples castelo de areia.