Sem Você, sem meu Eu, só restou o mar...
Vou ao ponto mais alto do meu Eu...
Enxergo longe... Muito longe; o mar.
O mar das águas do meu olhar.
Você já não está mais lá, não mais meu...
Quero voltar ao alto-mar...
Quero te encontrar, mas não tenho mais você.
Vejo você a navegar em direção ao entardecer...
Na direção contraria do meu olhar.
Sem Você, sem meu Eu, sinto-me perdida,
A vagar num mar revolto, sem bem querer.
O que fazer sem meu Eu, nesta vida?
Serei loba do mar, a observar o mar, sem ser.
Farei do meu coração abrigo, donde eu, sem vida,
Estarei a olhá-lo, já que, só Ele restou; sem você.
Edna Maria Pessoa
Natal-RN, terça-feira, 28 de fevereiro de 2012.