AVE
Minha palavra
Flutua como asa de pássaro
Debatendo
Contra as grades da gaiola
Até o sangue convocar
O definitivo sono.
Meu som
E meu silêncio
São feitos do mesmo tecido:
A necessidade de apagar
Com absurda borracha
A linha do horizonte.
Não ser um pássaro
Eis minha frustração
Um pássaro raro
Um pássaro sem melodia
Que possa entreter notáveis
Um pássaro sem ambição maior
Que voar para distante
Para longe das classificações
Um pássaro decaído.