AVE

Minha palavra

Flutua como asa de pássaro

Debatendo

Contra as grades da gaiola

Até o sangue convocar

O definitivo sono.

Meu som

E meu silêncio

São feitos do mesmo tecido:

A necessidade de apagar

Com absurda borracha

A linha do horizonte.

Não ser um pássaro

Eis minha frustração

Um pássaro raro

Um pássaro sem melodia

Que possa entreter notáveis

Um pássaro sem ambição maior

Que voar para distante

Para longe das classificações

Um pássaro decaído.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 13/04/2012
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