Borboletas são efêmeras

Borboletas são efêmeras

Música flutua no ar

Eu te sinto deitada sob a luz

Do abat-jour lilás!...

Tudo é melodia

E o castelo das imaginações

Gira, ao redor da minha cabeça,

Feito moinho...

Arrepios nos pêlos

E uma borboleta pousa em teus cabelos.

Os girassóis em um quadro de Renoir

Me lembra a Rússia

E o campo...

Onde fizemos amor pela primeira vez.

Ao som do canto dos pássaros,

Na relva!

Descansamos nossos corpos,

As pernas trêmulas,

De tanto fazer amor em pé.

Fecho os olhos

Cerro os teus olhos

Imagino nosso futuro,

Lindo!

Vindo...

Com a insustentável leveza do vento...

De encontro ao nosso sonho,

Ao teu seio...

Como se tu estivesse

Amamentando o nosso primeiro rebento.

As palavras são sussurros...

Mal escuto.

Conto para as flores o que sinto

E elas segredam em teus ouvidos

O mistério das estrelas,

O segredo do universo e dos planetas.

Nosso amor irradia

Felicidade, paz e luz!

E seduz o nosso corpo

Que se entrelaça feito polvo,

Nos mistérios do mar.

Não passes por mim

Deixando só o cheiro do campo

Das flores, do capim e da maresia.

Em teus braços, esqueço o mundo!

Nos amamos novamente,

Ao pôr-do-sol

Sob raios e cores resplandecentes!

Que se expõem ao fundo,

Entre árvores

Que vão ficando vermelhas,

Azuis em todos os tons de azuis

Escarlate e violeta...

A noite chega,

Escura e turva...

Em meio a esse amor alucinante.

Apaixonado,

Digo adeus

A esse instante, que...

Não poderia ser eterno

Porque nada é eterno.

Para: Suzi Helena

Tony Bahia

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 12/04/2012
Reeditado em 14/04/2012
Código do texto: T3609116