Borboletas são efêmeras
Borboletas são efêmeras
Música flutua no ar
Eu te sinto deitada sob a luz
Do abat-jour lilás!...
Tudo é melodia
E o castelo das imaginações
Gira, ao redor da minha cabeça,
Feito moinho...
Arrepios nos pêlos
E uma borboleta pousa em teus cabelos.
Os girassóis em um quadro de Renoir
Me lembra a Rússia
E o campo...
Onde fizemos amor pela primeira vez.
Ao som do canto dos pássaros,
Na relva!
Descansamos nossos corpos,
As pernas trêmulas,
De tanto fazer amor em pé.
Fecho os olhos
Cerro os teus olhos
Imagino nosso futuro,
Lindo!
Vindo...
Com a insustentável leveza do vento...
De encontro ao nosso sonho,
Ao teu seio...
Como se tu estivesse
Amamentando o nosso primeiro rebento.
As palavras são sussurros...
Mal escuto.
Conto para as flores o que sinto
E elas segredam em teus ouvidos
O mistério das estrelas,
O segredo do universo e dos planetas.
Nosso amor irradia
Felicidade, paz e luz!
E seduz o nosso corpo
Que se entrelaça feito polvo,
Nos mistérios do mar.
Não passes por mim
Deixando só o cheiro do campo
Das flores, do capim e da maresia.
Em teus braços, esqueço o mundo!
Nos amamos novamente,
Ao pôr-do-sol
Sob raios e cores resplandecentes!
Que se expõem ao fundo,
Entre árvores
Que vão ficando vermelhas,
Azuis em todos os tons de azuis
Escarlate e violeta...
A noite chega,
Escura e turva...
Em meio a esse amor alucinante.
Apaixonado,
Digo adeus
A esse instante, que...
Não poderia ser eterno
Porque nada é eterno.
Para: Suzi Helena
Tony Bahia