PREDADOR NA ESCURIDÃO
Não posso velos
Mas sinto os predadores a espreita esta noite
La fora em algum lugar a esperar
Salivantes por meus sentimentos
Certos de que me conhecem
Buscam o sujo em mim
Vieram alimentar-se
Farejam meu medo no ar
Minha pele permeia a negação em que insisto
Eles aguardam
Não querem me ver sucumbir
Não
O que esperam e que eu me entregue
Que seja um predador também
Que rastreei nas trevas de outros
Rastejante, silencioso, traiçoeiro, cruel.
Podem esperar
Não á pressa
Tem todo o tempo do mundo
Sozinho olho pra noite La fora
A indiferente e indistinta paisagem de negrume
De sombras
Penso coisas que não podem me salvar
Sozinho...
Eu também aguardo.