NAQUELE BANCO VELHINHO
Naquele banco velhinho
Carcomido pelo tempo,
Num cair de tarde cálida,
Descansava da jornada
E tinha por passatempo
Ver a Vida que passava....
Vi passar casos perdidos,
Drogados e sem abrigo
Por todos abandonados...
Via jovens de mão dada
Que sem qualquer pudor,
Trocavam beijos de amor...
Via gente bem vestida
E de boa condição,
Que passava ignorando
Os pobres, que chorando,
Esmolavam o seu pão...
Via semblantes tristonhos,
Talvez perdida a esperança,
Mas via brilhando sonhos
Nos olhos de uma criança...
Vi casais de braço dado,
Que nos bancos vizinhos
E com gestos de ternura,
Relembravam o passado...
Era o tempo de folia
E eis muitos que passavam
Vestidos do que não eram
E aí, só Deus sabia
O que esse traje escondia...
Ai!! Aquele banco velhinho
Que me acolheu com carinho
E a que o tempo roubara a cor,
Ouvidas no dia a dia,
Quanta história contaria,
De ódio ou de amor!!!
Hedera
12-04-2012