Ser o quase não ser
Quem me dera ser simples e ser pura
como a flor mais silvestre do Universo
como a rima que brota deste verso
numa cadência trémula, insegura!
Ser o quase não ser, o que se nada...
A brisa suave, não a ventania
A onda branda e o sol ao fim do dia
A cinza da fogueira apagada...
Ser tudo aquilo que se desvanece
Ser a gota da lágrima sentida
Ser movimento d´asa já ferida
Aquilo que se vê e que se esquece...
Ser no deserto, um pequenino grão
Ser um cabelo, duma fina trança
Ser pequena em riqueza e esperança
Ser grande, só na Alma e Coração!