Sob o Sol
Um sorriso fraco embutido no rosto
de rugas certas perto dos olhos
quase imóveis, abatidos de gosto.
Andar arrastado e a vestidura não escolhida,
cabelo despenteado
e marcas na pele sofrida.
Um pé no estribo da morte, outro buscando sapato,
as mãos suadas do corte,
da ceifa, da faca gritando no mato.
Um sol inclemente insiste na sobrevivência
e na paciência incrível
de tê-lo ainda vivo, mas imprevisível.
Cai a cana carregada no ombro,
despeja num canto e se vai pensamento
franzindo o cenho.
Todo o seu tempo, a lira da juventude,
amiúde
é moído na roda do engenho.