Despertar...
no silêncio que precede
a tempestade, adormece
a poesia...
em berço de letras
dores gestadas, disputam
um gole de letargia
mas, não é do tempo
a falsa calmaria, é da sílaba
intercalada por um fio
nas entrelinhas das nuvens
estiletes perfuram palavras
que em desejos arfam
vem a chuva, vem o cio
navalhas deflorando os céus
verbos descamando véus
tão doloroso versejar
na quietude dos sonhos, ruídos
raios e riscos unindo rimas...