Homem cidadão da Terra

Aqui estou,

de ti sou e vivo,

planeta encantado

de azul vestido.

Pelas tuas areias corro

e nado nas tuas veias.

Por montes e vales sigo

embalado pelo vento

escutando de teus pássaros a música

e o som das árvores e ervas brotando.

Aqui estou,

te percorrendo em mil sentidos

e descobrindo teus caminhos.

Terra

quantos rostos, quantas vozes

quantas vidas e mistérios

há em teus mares e continentes...

Julguei que do universo eras o centro

e, bem no meio, era aí o meu lugar.

Levei séculos a somar descobertas

e enganos, pensando-te só minha:

assim te usei, gastei e deformei

arrogante do meu ser

ignorando os outros seres.

Aqui estou,

como de um sonho acordado

procurando a perdida harmonia.

Oh, planeta encantado

quase de azul despido,

de minhas mãos e braços

não mais receias atos de desvario.

Que os animais dos bosques não fujam

quando meus passos ouvirem

e os golfinhos voltem saltando

como se entendessem meu grito

de irmão, de Homem,

cidadão desta Terra não só minha!

Eugénia Tabosa
Enviado por Eugénia Tabosa em 27/01/2007
Código do texto: T360631
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