Color Block

As vezes me convenço do pior

Mas desisto logo em seguida

Muito além, tenho a acrescentar

Algo excede o frio da barriga

As dores que trago

infinitas e ocultas

Sussurram ao ouvido

as glorias das lutas

O pouco legado

a alma enobrece

Um simples recado

mas me favorece

As vezes eu não pertenço a nada

mas sinto-me sempre intensa

Sem gotas de solidão amarga

cheia do sabor da minha essência

As vezes me sinto fria

sem calor que me convença

trato do vazio com cautela

algo a ver com paciência

O mundo não trago

em rolos de fumo

O eco é tóxico

a verdade é o rumo

As vezes me sinto autêntica

além da visão cabível e imaginável

mas sou eu, somente indivíduo

Puro criado, corrompido descartável

As vezes me sinto ínfima

mas desisto de ter pena de mim

quando fraca, oprimida e subjugada

quando forte, apascento o meu fim

Tem vez que me convenço do pior

mas desisto facilmente de esperá-lo

algo a ver com crer em algo

tanto, a ponto de prová-lo

Detesto o óbvio

é simples e pálido

Sou color block

de futuro inusitado

Não deixarei flores em lugar nenhum

murchas figuram morte lenta à míngua

as palavras persistem no vácuo da mente

Vigor umidecido pela ponta da língua

As dores do mundo

não levarei comigo

deixei-as no fundo.

Sarada prossigo

Diana Kalazans
Enviado por Diana Kalazans em 11/04/2012
Reeditado em 11/04/2012
Código do texto: T3606038
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