PLANETAS DE MAGOAS

Tão calada esta noite criança

Vislumbrando um céu ausente de você

O que busca?

Que brilho e este em teu olhar distante?

Pensando em coisas de um passado recente...

revendo tristezas talvez?

Você sorri com a boca, mas não com os olhos.

Um olhar mortiço e triste diante da beleza do cenário

O corpo oscilando e tremendo

Preso de medos

Talvez de culpas

Não faz sentido à memória se não aprendes com ela

De você exala-se um odor de necessidade

Urge um abraço

Um afago

Mas te manténs longe

Entregue a visões que só você entende

Astrônoma da dor perscrutando o céu sem estrelas

Mas com planetas de magoas

Lançando satélites pessoais de revolta

Querendo mudar o que já foi

Você não pode

Ninguém pode

Aproximo-me

Me fitas cansada

Não te afastas

Tomo você nos braços

Sou delicado

Ainda não sei pelo que choras

Sobre o que lamentas

Mas vou descobrir.