À margem
caminho, olhos dados à lua,
sobre o chão de outono
de uma estrada escura
escura
e vazia
minhas mãos me seguem
porque presas estão
não me dariam os dedos
se de mim pudessem se distrair
fugir, esquecer
como fizeram tantos
como fez meu cão
que não me confia seu rumo
e me troca pela certeza das flores
pela trilha do verde
de além desta estrada vazia
escura
e exausta de mim
o mundo não quer
eu sei
não pode seguir os passos bêbados de um dono de ninguém