GRANDE VAZIO
A minha alma é um suspiro a findar
Diante a lua perdida nas noites largas.
Meu coração um instrumento a tocar
Ao sentir no silêncio lágrimas amargas
Rolando pelo meu rosto trêmulo a chorar;
Minhas mãos vazias e espalmadas sob o peito.
Os olhos presos no alto diante o cenário do luar
Que convoca os insones sem graça, sem jeito,
Ao repouso do leito aos seus corpos cansados.
Enquanto a alma vibra em sonho nobre,
As lágrimas enxugam nos sopros dos ventos ousados.
O rosto pálido de alguém que sofre e cobre
Com o véu da saudade; uma viva lembrança
Que o tempo guardou com imenso carinho.
Da imagem que mora nos dias que alcança:
Um sorriso guardado, bem escondido, detrás da esperança.
DIONÉA FRAGOSO